domingo, 22 de abril de 2012
Hoje foi dia de Viagem. O destino era Jaipur, com algumas paragens pelo caminho. Percurso feito em autocarro. Não são muitos quilómetros, apenas cerca de 200, mas que deu para o dia inteiro.
Primeira paragem: uma cidade abandonada, mandada construir por um imperador porque, segundo a sapiência do nosso guia, foi nesse local que a sua mulher (uma delas) esteve em retiro, para que um filho varão pudesse nascer. Como tal aconteceu, mandou construir ali aquela cidade. É lindíssima, diga-se. Na mesma arquitectura vermelha do Forte Vermelho, do qual falámos ontem. Vimos onde ele se sentava para as suas audiências públicas, onde deveriam discutir diversos assuntos… Imaginamos nós, que seria onde se sentaria hoje o nosso presidente a discutir com a Merkel o futuro do nosso país. Pensando bem, talvez até fosse eficaz.
Também se decidia ali a pena de morte de alguns criminosos. E perguntam os nossos amigos: “E como se matavam esses criminosos?” Pois, nós explicamos, os criminosos eram mandados para baixo dos elefantes que, por sua vez, eram antecipadamente e devidamente embriagados… Assim, de repente, alguém se lembra de quem gostaríamos ver debaixo da pata de um elefante???? Vá, nós sabemos, ninguém, porque somos todos pessoas de bem.
Também ainda nesse complexo existe uma cadeira onde se sentava o imperador, com uma espécie de jogo da macaca à volta. Pois essa era o seu jogo favorito. De entre as suas 700 concubinas, escolhia uma dúzia que, meio desnudas, saltavam de quadrado em quadrado… Não sabemos exactamente as regras do jogo, mas imagine-se que o imperador, um excelente jogador, acabava sempre por ganhar!
Continuámos viagem por mais meia hora. Era hora do almoço e a fome já se fazia sentir. Eis que somos presenteados com um magnífico almoço num antigo palácio de um Marajá, agora transformado em hotel, mas mantido como na época áurea do seu proprietário. Fantástico! O ambiente leva a nossa imaginação a uns anos atrás e damos connosco a imaginar como seria a vida dos Marajás… Os quadros ainda se mantêm na parede e por isso a imaginação ganha personagens. Foi um momento muito especial e deva-se referir que um almoço digno de um Marajá!
E mais uma vez, entrámos no nosso autocarro cor de laranja, para mais uma ou duas horas de viagem. Não sabemos bem, porque aproveitamos para dormitar um bocadinho. Há que aproveitar estes momentos para ir recuperando!
A paragem seguinte levou-nos à India profunda. Uma terra pequena nas montanhas. Uma temperatura muito mais amena. Somos transportados em carroças de camelos. Bem, na verdade não é bem uma carroça. Trata-se mais de uma plataforma de madeira, devidamente acondicionada com um colchãozinho para que os nossos traseiros se mantenham intactos, e à frente um camelo a puxar por ruas tão estreitas que entre a carroça e as casas não cabia quase nada, apenas muitas e muitas crianças de olhos brilhantes e sorrisos rasgados a acenar. As mulheres aqui nesta zona (Rajastão) utilizam cores muito vivas, os homens vestem-se de branco e usam turbantes brancos na cabeça, os locais de habitação são também muito coloridos. Todo este ambiente deu-nos a ideia do que é a India do campo. É óbvio que existe pobreza, para aquilo que são os nossos olhos de ocidentais. É evidente que as condições de higiene não são exactamente as mesmas que estamos habituados a ver quando passamos nas nossas aldeias de campo.
Mas se pararmos para pensar, dificilmente vimos os sorrisos abertos e os olhos tão expressivos noutros locais do mundo onde afinal a pobreza não existe. Isto para dizer que não nos sentimos chocados, nem incomodados. A cultura é diferente e é isso que temos de ter em conta.
Os camelos levaram-nos a um lodge onde foi servido um lanche, com frutas frescas, sumos, e iguarias locais. O Lodge parece saído do nada, com a montanha como paisagem, bungalows como quartos, uma horta biológica e lindos e cuidados jardins cheios de esquilos e pavões. Ponderámos ficar por lá, a fazer um tempo de meditação… que bom que seria… talvez noutra altura!
A saída do lodge já não foi feita de camelo, foi feita num transporte ao qual não conseguimos dar nome. Uma espécie de tractor caixa aberta. Todos na caixa aberta, excepto o nosso co-piloto oficial de outras andanças que se sentou à frente. O nosso condutor, talvez para abafar o som ensurdecedor do motor, decide por uma musiquinha aos gritos… sentimo-nos assim, como fazendo parte de um filme de Bollywood ! Só faltava a coreografia. O caminho foi feito pela mesma aldeia onde passámos anteriormente, com os mesmos sorriso e acenos.
A paragem seguinte já era o nosso destino – Jaipur e o Hotel Meridien. Aqui vamos ficar duas noites e conhecer a cidade. Há algum tempo livre para compras, o que começa a ser perigoso.
O Hotel fantástico, um gigantesco palácio, provavelmente, pertença de algum Marajá, cheio, mas memso cheio, de jardins, fontes, etc… Isto foi só o que deu para ver, porque aqui já é noite. Amanhã contaremos o resto.
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Confesso que já estou estoirada com tanto relato! Isso é uma azafama. É melhor tirarem umas férias quando chegarem.
ResponderEliminarE agora Maria, cautela na parte das compras. Diz-te a experiência de anos passados que senão te controlas trazes um monte de sedas para um dia fazeres algumas toilettes e....daqui a uns 20 anos ainda andas a tirar sedas do baú. Bjs e continuem a divertir-se
Passeei convosco e diverti-me. Está um relato completo digno de jornalistas encartados. As fotos acompanham a escrita e complementam-na. Agradeço todo o teu trabalho em nos dares assim noticias no tempo que teriam para descansar.
ResponderEliminarAproveita Jaipur e DIVIRTAM-SE.
Pois mais uma vez adorei e babei ao ler a narrativa. Divinal.
ResponderEliminarSobrinha linda compra sedas com fartura que a seda natural não se estrega e mesmo daqui a 20 anos ainda podes ter sedas para mandares fazer o vestido para o casamento dos teus filhos (lol) e não de esqueças da minha encomenda..... brancas 100% silk de qualidade mais grossinha sem ser daquelas muito fininhas, ok? E que sejam mt. baratinhas também. Beijinhos meus queridos, divirtam-se e cuidado com o caril!!
olá mãe a mim parece-me que se estão a divertir(mas só me parece:))
ResponderEliminarAmei a descrição do almoço, e mais uma vez, as fotos estão magnificas!
ResponderEliminarPS: este blog já é referencia lá em casa... "De vez enquanto ao tlf ouço. Olha já viste onde anda a Maria hoje? é pá, fotos lindas!" :)